quinta-feira, setembro 28, 2006

O pânico ... continua












A pequena Madalena, moça meiga e dócil, acordara no dia bintóito por volta das 10h....tudo indicava a hora da sua execução...até as nuvens pareciam em sintonia, pois enegreciam o céu da bela Lisboa, tornando-a triste e agreste.
A sua irmã mais velha, sim, a Joana desafiou-a a acompanhá-la numa maravilhosa aventura: comprar vestimentas. A pequena prontamente aceitou e lá se dirigiram a um local nunca antes visto pela menina...um edifíco alto, robusto e magnífico, e no alto umas letras diziam: "El Corte Inglès", a menina ficou maravilhada com o monumento histórico que se encontrava mesmo à frente dela, era magnífico, maravilhoso, magnânimo, era lindo! Mas, como moça inteligente, questionou-se porque é que o acento no "e" se encontrava ao contrário. Mas isso tornou-se secundário quando encontrou vestimentas de luxo e favoráveis à sua beleza rara.
A pequena dirigiu-se à sua mansão e teve oportunidade de encomendar uma estranha comida italiana, estranha pois a sua forma era redonda, o senhor Lopes disse que o alimento se chamava de "Pizza", mas pisa o quê? Não entendi.
A pequena olhava para o seu relógio, os ponteiros moviam-se veloz e ferozmente para as 16 horas (hora da entrevista), e dizia para si mesma num tom calmo: "Daqui a nada: entrevista, ah pois é!", é claro que a pequena usava este tom, pois tentava demonstrar que estava calma, enganando o ser interior, pois a 'tadita estava tão nervosa!
Os ponteiros moviam-se tão velozmente que a pequena começou a cantar: "Eu oiço um Tic Tac Tic Tac, um irritante Tic Tac!"
A hora da partida chegou, a pequena saíu da sua mansão como uma condenada, apanhou o coche número 14, oups, 714 e depois fez escala em alcantara e apanhou o 38, ora bolas, esqueço-me que tudo tem "7", como ia dizendo, no 738 e dirigi-me à bela Estrela, entrei no estabelecimento de ensino. A pequena jurava ouvir o seu próprio batimento cardíaco quando a dirigiram à sala do director.
O director amavelmente indagou umas questões e a menina respondeu a tudo honestamente....se bem que um quanto nervosa. Mas no fim o director disse:"Já vi que quer trabalhar com crianças. Vou aceitar o seu pedido de mudança de curso!"
Ai, a pequena ficou tão feliz, que mal conseguia esconder um sorriso na sua face, pois finalmente podia-se considerar uma universitária num curso que a pequena desejava arduamente.

15 comentários:

Era uma vez... disse...

LOLOLOLOLOL

Eu quero que sejas a educadora de infancia dos meus filhos...

ÉS A MÁIOR!!!!!!!!!!

Madalida disse...

Que querida inês, lolol!!
Serei com muito gosto e honra!!
És linda, sabias?

Mike disse...

Bem, depois de ler o seu poste, tenho a comentar a minha total estranheza, dado o nível pormenorizado de detalhe com que delicia os seus leitores com as suas descrições, "quiçá" queirózianas, o facto de, perante tal Edifício histórico, lhe tenha escapado outro, mais histórico que este, e mesmo defronte do mesmo, com uns bonitos cogumelos lá no alto, onde só trabalha gente de bem. Gente essa, de bem, entenda-se, que se sente, naturalmente, indignada por tal vil esquecimento, e espantada por tal falta de patriotismo dado este, o segundo, leia-se "o dos cogumelos lá no alto", ser bem nosso, bem português!

Partilho consigo a indignação sobre a necessidade de inclusão do "diabólico" número 7 em todos os coches desta vila global (vulgo cidade). E pergunto eu: onde nos levará o coche de número 777 (vulgo "da besta")???

Quanto à entrevista... não me espanta que lhe tenha corrido pelo melhor, dado reconhecer em si, desde o princípio, toda a vocação e vontade para num futuro próximo se entregar de corpo e alma à árdua tarefa de convivência diária com crianças que não as suas.

Despeço-me com natural simpatia e amizade

Ass: um leitor obviamente atrofiado da cabeça (numa neblusa manhã de sexta-feira...)

Madalida disse...

De facto Sr. Mike, peço mil perdões pelo meu erro ao deixar passar ao lado tal edifício. Mas oiça, entenda que naquele momento fiquei perplexa com o acento do "e" e, por tal, não consegui focar tão bem esse outro monumento a que se refere. Mas fique sabendo que, mesmo estando focando o acento, eu notei esse outro monumento histórico, pois fui lá e comprei belas e delicadas vestimentas, habilmente trabalhadas à mão.
Prometo sr. el rei D. Mike que esse edífício jamais passar-me-à ao lado, notarei, para sempre, os champingnons (perdão, mas não se diz "cogumelos" é palavra de gentalha reles).
Os meus sinceros e humildes agradecimentos a si Sr. el rei D. Mike, à condessa contadora de histórias ("era uma vez") e à duquesa D. Joana Andrade e Sousa Lamas.
D. Madalena

Mike disse...

Minha cara Princesa de Madalidaland
Menina D. Madalena,

Não percebo até que ponto tentou ferir o meu coração com a subtil comparação entre a minha real pessoa e a dita "gentalha reles" à qual se referiu. Sou, minha querida menina e princesa, um patriota, nascido, criado e futuramente morto em Terras onde o Mar Salgado contém Lágrimas desta boa gente dos "jaquinzinhos", dos "pirolitos" e da "ginginha" (segundo consta)... Lamento apenas a sua referência, permita-me, passada, a essa lingua, que em tempos idos já esteve em voga, mas que neste momento se reduz a uma lingua de trapos de gente afectada e com claros problemas de dicção, denotando-se um exagero na forma como pronunciam os "erres". Resumindo: uns tótós ("les tótós", leia-se)!

Quisesse a minha reverendíssima amiga e princesa ousar, ainda que em tenra idade, iniciar-se nos costumes "fashion" e ter-se-ia, certamente, referido aos ditos cogumelos (perdoe-me a repetição desta palavra crua que sei já saber que a incomoda) por "mushrooms"! (mais actual, mais "in", mais "chic"... aliás, pôdre de chic)

Para concluir permito-me apenas ficar feliz com a compra das suas vestimentas, que mais não são peças de "ready-to-wear" (vulgo prêt-a-porter), de facto, habilmente trabalhadas não somente à mão, mas "às mãos", dado que são mais de muitos os que as conferem, porque a este mundo, que primeiro se estranha e posteriormente se entranha (vulgo "gruda"), sai menos dispendioso em terras ultramarinas a confeção por cem, do que nas nossas europeias por um.

Chamam-lhe globalização... eu chamo-lhes canalhas!

Aceite os meus recados que transmito também à Duquesa sua irmã,

O sempre seu D. Mike
Senhor e Rei do "Sítio onde estou até ao Limiar da Minha Sombra" e do meu "Nariz"

Era uma vez... disse...

que pagode!!!!!!!!!!!
não acho possível...
vocês são uns autênticos discipulos de Eça... (uns quantos anos mais à frente mas não deixam de o ser...)

Madalida disse...

Caríssimo Sr. El rei D. Miguel, peço perdão por ter-lhe ofendido o seu generoso coração. Mas saiba, que não era essa a minha intenção.
É claro que o senhor é digno de seu nome. É um nobre senhor, honrado e que honra a nossa forte e humilde nação.
"Mushrooms" também é digno de ser usado no meu dicionário. Mas creio que Champignons torna o alimento mais gostoso, mais digno, mais rico, de maior classe e, sobretudo, de maior gosto (não só de sabor como de nome também). Dizer Champignons está na moda e nos costumes do dia-a-dia.
Infelizmente é tão dificil encontrar costureiros/as particulares...e os que há são tão...vulgares, tendo que eu, menina e moça tão delicada, me dirigir a, como eles chamam, lojas (onde já se viu, EU, uma senhora digna e de alta classe ter que ir a uma loja...)
Concordo em absoluta com sua alteza ao denominar essa tal de globalização de canalhas (se bem que "canalhas" não seja uma palavra própria para ser usada por senhoras tão nobres como eu).
Não tendo esperança de ter acesso ao seu perdão peço-lhe que me dê mais uma oportunidade de remediar o meu erro senhor el rei D.. Mike
As minhas sinceras desculpas,
D. Madalena de Belém, rainha da sua penca e da sua banha!

Filipe disse...

a imagem está gira...

Mike disse...

Uma, minha cara e boa amiga e rainha, uma, e não mais, oportunidade é o que pode esperar receber da minha excelsa e benevolente pessoa. E por caridade, que muitos foram os que nem o sol nascer aos quadradinhos tiveram hipótese de ver... a menos que Deus lhes tenha sido favorável e lhes tenha concedido o perdão que a justiça humana (leia-se a minha justiça) lhos não concedeu!

Enfim... aproveite-o, que este meu perdão é filho único e orfão (metáfora usada apenas para enfatizar o facto de, de onde este veio, não mais poderem vir)

Despeço-me, deixando-lhe recados,
D. Mike
Rei e Senhor do "Sítio Onde Estou Até ao Limiar da Minha Sombra" e do meu "Nariz"

Madalida disse...

Os meus sinceros agradecimentos por me dar a oportunidade de lhe conceder o meu sincero arrependimento.
Prometo que será a última vez que o ofenderei.

Ah, hoje mesmo passei pelo magnânimo El Corte Inglès e o monumento histórico, no qual o senhor el rei, trabalha não me passou de todo despercebido. Fiquei perplexa com a arquitectura bela, simples, pragmática e harmoniosa do seu monumento. Penso que não é qualquer um que tem acesso a tal grandiosidade.

Mais uma vez lhe peço perdão e mais uma vez lhe agradeço por me ter concedido a oportunidade de ser perdoada,

D.Madalena, rainha de Madalidaland

Mike disse...

El rei não trabalha... senão seria assalariado e não rei!

El Rei D. Mike disponibiliza-se a estar, diáriamente, das nove da manhã até quando achar ser necessário (nunca antes das 19 horas) no local referido, que obvimente é seu (não por herdade, que os tempos não estão fáceis para pessoas de tal realeza, mas por justiça, o que se revela sempre bom como justificação, dado que, como a minha Rainha sabe, não existe justiça nesta selva na qual habitamos e chamos nação)!

Enfim... ocorre-me apenas dizer-lhe que, num vislumbre de segundos, a vi, pois que a sua cabeça assolou à janela do coche real que a transportava e sei que nossos olhos se cruzaram...

Deixo-lhe recados,
D. Mike
Rei e Senhor por Justiça de Tudo

Madalida disse...

Senhor el rei não trabalha?

Lamento, mas pensei por breves instantes que sim, pois o senhor el rei me enviou, uns tempo atrás, uma "carta" em que dizia que: "e mesmo defronte do mesmo, com uns bonitos cogumelos lá no alto, onde só trabalha gente de bem." pensei que se referia à sua pessoa.
Peço perdão pela minha ignorância.

O senhor viu-me? Sinto-me lisonjeada por tal.
Sim, ia no meu coche real em direcção ao meu palácio em Belém.

Eu vi-o em direcção à duquesa Joana muito bem vestido, vi logo que não se tratava de um simples nobre, era vossa alteza. Ela ia-lhe entregar algo que lhe era querido, algo de grando valor, estarei eu correcta?

Saudações

D. Madalena, rainha e senhora de Madalidaland

Filipe disse...

ena pá, que maluqueira!

Mike disse...

Minha Rainha,

A afirmação que tão bem referiu (agradeço-lhe o cuidado e a finura com que registo a sua atenta leitura) referia-se aos meus. Aqueles meus tão amados servos (se bem que contínuamos no campo da justiça, pois eles também ainda não sabem que o são... vão apenas sabendo que os amo) que, de facto, e esses sim, trabalham!

Quando ao que a Duquesa sua irmã me ia entregar, tem razão... continha um bocado da minha vida que tinha sido esquecida na noite anterior.

Permita-me terminar com uma palavra de ânimo... vejo que não deve ser fácil a sua irmã lidar com o facto de não ser Rainha e ver barrada a sua entrada nesta nossa real classe (apesar de assumir um lugar de destaque no que concerne à sua nobre classe)... mas a vida é madrasta, principalmente quando "não se tem pais ricos nem se ganhou e lotaria". A minha Rainha teve sorte: foi ao BES!

Deixo-lhe recados,
D. Mike
Rei e Senhor do "Sítio onde estou até ao Limiar da Minha Sombra" do meu "Nariz" e da minha "Lucidez" (este, confesso, foi adquirido hoje... acho que fiz uma bela compra :p)

Madalida disse...

É claro que guardo na minha mente as suas cartas anteriores. Saiba, senhor el rei D. Mike, que nada me passa ao lado, despercebido. (excepto o maravilhoso, austero e magnânimo e monumental BPN, perdão)

O meu título de Rainha é, de facto, alvo de grande inveja pelos meus servos e criadas, e até por familiares próximos , e o meu Brasão é algo que poucos possuirão, é invejável mesmo pela minha própria irmã Joana, pobre.

Ela bem que tenta pedir-me dinheiro para coches, trajes, vestidos belos e raros, jóias. Mas mesmo assim não alcança o título de rainha. Talvez um dia, qui ça.

Fico contente por saber que conquistou mais um título de alta dignidade: a lucidez. Nem imagina o Senhor, el rei, a importância desse título.

Despeço-me de Vossa Alteza, com simplicidade e simpatia harmoniosa,

D. Madalena, rainha e senhora de Madalidaland